quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Fim de mais uma etapa...


Cheguei ao fim de mais uma etapa. Pessoal e profissionalmente o balanço é bastante positivo…
Realizei muitas actividades, em diversas áreas, todas as que realizei por mais que uma vez não coloquei aqui, para não se tornar repetitivo.
Estas semanas passaram depressa, as colheitas de águas, emissão de pareceres sanitários, atendimentos e avaliação das condições de segurança e higiene dos estabelecimentos de ensino foram actividades que se realizaram frequentemente. As actividades novas e que surgiram ao longo do tempo foram sempre relatadas com a fundamentação teórica que achei ser adequada e que complementava a prática realizada.
A relação com as futuras colegas foi sempre muito boa, senti-me sempre confortável. Colaborei nas actividades realizadas pela minha orientadora, mas também nas tarefas das outras colegas, sempre que me era solicitado.
Os serviços de saúde pública são serviços onde as actividades são muito diversas, o que torna o trabalho mais motivante e pouco monótono.
Este estágio permitiu-me consolidar os fundamentos adquiridos ao longo do curso. Algumas matérias que pensei estarem menos presentes na minha memória foram avivadas e aplicadas sempre no que julgo ser a melhor forma.
A grande quantidade de legislação que é necessária para desenvolver estas actividades era um facto de que temia, mas ao longo da sua aplicação consegui dividir mentalmente a legislação de cada área. É necessário analisar bem todos os documentos e respectivas alterações. Para que exigências façam sentido.
A experiência foi muito enriquecedora, adorei o local e as 5 TSA’s que tive o privilégio de conhecer e acompanhar. Resta-me agradecer a todas, por o que me ensinaram, por me transmitirem a realidade dos serviços, as dificuldades pelas quais passamos e a luta que é precisa para irmos avante.
Custou o dia da despedida, mas a vida é constituída de etapas que acompanham a nossa evolução. Ao fim de uma semana já se sente a saudade e a vontade de regressar àquele local.
Obrigada por tudo!! 






"O trabalho agradável é o remédio da canseira."
( William Shakespeare ) 

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Unidades Privadas de Saúde - Clínica de Fisioterapia


Visitámos uma clínica de fisioterapia, esta é das únicas neste concelho, abrigando um grande número de utentes. Esta clínica é constituída por uma sala de espera, uma instalação sanitária para utentes e outra para pessoas com mobilidade condicionada, um vestiário, cacifos, sala de ginástica, com aparelhos de fisioterapia, uma sala de tratamentos e uma sala com um tanque para realizar hidroterapia.
A clínica apresentava alguns aspectos de funcionamento pouco adequados. Existe um armário para colocar os sapatos descartáveis, que servem para várias utilizações. São separados por números e é atribuído um número a cada utente. Quando os sapatos rasgam é que são fornecidos uns novos, sendo o conceito de descartável pouco definido no estabelecimento.

Incumprimentos verificados: 
  • Na sala de hidroterapia não existe ventilação natural, e a ventilação artificial é insuficiente;
  • A desinfecção da água é feita por uma assistente, que consiste na limpeza apenas com água do filtro de cartucho e a colocação de cloro consoante a utilização que o tanque vai ter e os valores de cloro e pH registados. Estes valores são medidos com um clorimetro já pouco usual e fiável;
  • Não existem fichas de segurança do cloro utilizado;
  • O acesso ao tanque é feito com a ajuda dos técnicos, não possui sistema de elevação, sendo um local propicio à ocorrência de quedas;
  • A instalação sanitária para utentes com mobilidade condicionada não possui o alarme com cordel a 0,5m do chão;
  • Incorrecta divisão de resíduos hospitalares. As ampolas são colocadas no recipiente para cortantes e perfurantes.
O relatório desta vistoria irá ser realizado em conjunto com a Engenheira Sanitária. Mas logo após a visita verificou-se que esta unidade não possui condições para realizar a hidrorterapia.
Estas informações são comunicadas à autoridade de saúde. Encerrar esta valência, na minha opinião, seria a atitude mais correcta. O incorrecto tratamento da água e a falta de ventilação no local são critérios fulcrais para o bom funcionamento deste serviço. Até à alteração das condições mencionadas o espaço deveria permanecer encerrado. Entretanto foi solicitado à direcção que fizesse uma análise completa à água por uma entidade acreditada.

A Consultar:
  •  Decreto-lei n.º 500/99, de 19 de Novembro, que fixa os requisitos que as unidades de saúde de medicina física e de reabilitação devem observar quanto a instalações, organização e funcionamento;
  • Aviso n.º 9448/2002, que aprova o Manual de Boas Práticas de Medicina Física e de Reabilitação.

Captações de Água para Consumo Humano

Com a Câmara Municipal e a Engenharia Sanitária realizaram-se as visitas às captações de água para consumo humano.
Estas actividades estão inseridas no Programa de Vigilância Sanitária, e são de carácter tecnológico.

Começo por definir o conceito de abastecimento de água, que tem como fim colocar à disposição dos indivíduos e das comunidades, nas condições mais satisfatórias de higiene e de comodidade a água que precisam de utilizar para fins pessoais e colectivos. Um sistema de abastecimento de água é composto por várias partes, a captação, o tratamento, adução, reservatório e redes de distribuição.
A água destinada ao consumo humano deve obedecer a determinadas características. Não pode conter nem substâncias químicas perigosas para a saúde, nem microrganismos patogénicos que provoquem doença, deverá ser tão agradável quanto possível ao paladar, fresca, límpida, sem turvação e não deverá apresentar nem cor, nem sabor, nem cheiro desagradável. A água não deverá deteriorar as diversas partes dos sistemas de abastecimento. É por isso importante, além de fornecer água em quantidade suficiente, garantir que a qualidade dessa água é conveniente, submetendo as águas a tratamentos.


A partir do ciclo geológico da água podemos compreender a origem e trajecto da água. As fases pelas quais passa antes de chegar às nossas habitações.
Nas visitas às captações é utilizada uma check list, para verificar as condições de protecção da captação. Do que existe em redor da captação e também das características junto ao local.
É importante proteger as origens da água para salvaguardar a qualidade da mesma, para as proteger de qualquer contaminação ou foco de poluição.


A protecção de uma captação é um dos factores primordiais para a manutenção da sua qualidade, reduzindo os riscos de contaminação e consequentemente a inquinação sa água captada.

Segundo a OMS, no que diz respeito às captações, as principais metas são:
  • Proteger a saúde das gerações actuais e futuras;
  • Garantir o desenvolvimento sustentável do planeta mantendo, simultaneamente os seus recursos; e 
  • Prevenir em vez de curar.
Os objectivos principais passam por evitar os danos nas estações de captação de água, evitar as descargas de poluentes, controlar as novas actividades e dinamizar as medidas de prevenção e controlo nas origens.
Estão definidos pela OMS 3 níveis de protecção. 

Zona 1 “zona à volta do furo”, zona de protecção inferior;
Zona 2 “zona de prevenção”, zona de protecção exterior;
Zona 3, protecção da área da captação.

Depois de realizada a visita, verifica-se que o acesso a quase todas as captações é facilitado. Existem grafittis e outros sinais de permanência de indivíduos no local. Todos os furos estão apenas protegidos por um pequeno muro com tampa de chapa metálica e cadeado de fácil arrombamento. Encontram-se em contacto directo com o meio ambiente, sendo fácil introduzir qualquer substância por parte de estranhos.
No relatório que irá ser enviado à Câmara Municipal serão abordados estes aspectos de forma a adoptar medidas correctivas por parte da Entidade Gestora e responsável, sendo que a água é um bem precioso, que deve ser protegido adequadamente, garantindo a salvaguarda da saúde pública, com reflexo nas populações abastecidas por estas captações.

 Na minha opinião estas visitas deviam realizar-se com mais frequência. é importante saber o estado das mesmas e insistir com a Entidade Gestora para proceder às alterações necessárias com a maior  brevidade possível.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Qualidade do Ar Interior

Os ambientes interiores cada vez têm mais importância na saúde das populações, pois passamos a maior parte do nosso tempo nos espaços interiores, nas nossas habitações, nos transportes, nos locais de trabalho, centros comerciais entre outros. 

A qualidade do ar interior nos edifícios é um dos factores básicos para o conforto e produtividade dos utilizadores. Os factores de risco que afectam a qualidade do ar interior são:
  • Os materiais usados na construção dos edifícios;
  • A deficiente renovação do ar nas instalações;
  • A má conservação dos sistemas de climatização; 
  • Os processos de fabrico com libertação de vapores, poeiras e metais;
  • Alguns produtos de limpeza;
  • Fumo do tabaco;
  • A humidade em níveis elevados.
No site da Agência Portuguesa do Ambiente encontramos toda a informação relativamente à qualidade do ar interior (QAI). 

O que é a Qualidade do Ar Interior?

Quais os efeitos de uma deficiente Qualidade do Ar Interior?

Enquadramento legal e competências da APA

Depois da realização de um estudo através de um questionário para identificação e caracterização sumária do número de salas de espera e de tratamento de cada ACES, adquiriu-se o equipamento necessário para a avaliação da qualidade do ar interior.
As medições vão ser feitas duas vezes no ano, no Inverno e no Verão e têm que obedecer a várias condições:
·         Ser efectuadas nos dias de maior afluência;
·         A colocação do equipamento deve ser feita de modo a minimizar o impacto nas actividades laborais;
·         Todas as medições devem ser feitas ao nível das vias respiratórias;
·         O equipamento deve ser colocado a:
i)  Uma altura de ± 1,5m acima do pavimento;
ii)  Pelo menos a 0,5m dos cantos e das janelas, das paredes, divisórias, e de outras superfícies verticais;
iii) Pelo menos a 1m de distância das fontes de contaminação (ex: fotocopiadoras, impressoras, etc.);
iv) A estratégia de medição deve ser elaborada de modo a avaliar as piores condições (por exemplo: como instantes de emissão máxima do equipamento – fotocopiadoras, etc., mínimo de ventilação).

·         O equipamento de medição não deve:
i)  Estar directamente em baixo ou em frente dos difusores de fornecimento de ar, ventoinhas, ou aquecedores, etc. ;
ii)  Obstruir nem interferir nas saídas dos ocupantes da área de estudo nas situações normais de emergência.

Participei em várias medições. Já conhecia o aparelho e já tinha trabalhado com ele na Unidade Curricular de Saúde Ambiental Institucional. Também tinha alguns apontamentos acerca do aparelho. Foi fácil realizar estas medições, no entanto há que ter cuidados redobrados com este equipamento, devido ao custo do mesmo. As medições são feitas nas horas de pico das salas, suscitando curiosidade por parte dos utentes, que por vezes se aproximam demasiado. Também se fazem nas salas de saúde infantil, o que torna a tarefa um pouco mais complicada de gerir devido à agitação das crianças.
O tempo de medição tem que ser representativo, então estipulou-se que as medições fossem de 2 horas nos espaços interiores, e 15 minutos de medição no exterior.
Os parâmetros a medir são:
  • Dióxido de carbono (CO2);
  • Monóxido de carbono (CO);
  • Temperatura;
  • Humidade Relativa;
  • Velocidade do Ar;
  • Compostos orgânicos voláteis (COV);
  • Partículas (PM10).

O Aces Seixal – Sesimbra elaborou um manual com as orientações para a Avaliação da Qualidade do Ar Interior. Este manual contém a metodologia que deverá ser adoptada, (caracterização dos pontos de medição, equipamento, parâmetros a medir, condições da medição e tempo e intervalos de medição), os resultados e respectivos registos e também a ficha que deve ser preenchida em todas as medições, para caracterizar a sala onde se faz a medição.
Neste estudo os pontos de medição são considerados as salas de espera e salas de tratamento dos estabelecimentos de saúde que funcionem, pelo menos, durante três ou mais dias, no período da manhã e da tarde.
A caracterização de cada ponto de medição é feita através do preenchimento de um documento, neste documento registam-se as características de organização e funcionamento e um desenho da sala.
Foi também realizado um questionário para aplicar aos funcionários, que se pode verificar em anexo no link seguinte: 

Após a análise dos dados e se necessário irão adoptar-se as medidas correctivas adequadas para melhorar as condições de trabalho dos funcionários e também dos utentes.
Estes estudos na minha opinião são bastante importantes para zelar pela saúde ocupacional nos serviços. Os trabalhadores estão muitas vezes sujeitos a ambientes de certa forma prejudiciais, como por exemplo as salas de tratamento onde se realizam os aerossóis, e nem sempre conseguem adoptar soluções adequadas. Também pode ser uma forma de saber se os sistemas de ventilação e climatização, quando existem, estão a funcionar correctamente, em termos de temperatura, velocidade do ar e humidade relativa.
Detectei que nem sempre é feito um arejamento dos locais, acção que deveria ser habitual e talvez solução para alguns problemas identificados.
Ainda não se podem tirar conclusões, o projecto está na fase inicial. Espera-se assim que os ambientes em que se denote necessidade sofram alterações e melhorias.