terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Qualidade do Ar Interior

Os ambientes interiores cada vez têm mais importância na saúde das populações, pois passamos a maior parte do nosso tempo nos espaços interiores, nas nossas habitações, nos transportes, nos locais de trabalho, centros comerciais entre outros. 

A qualidade do ar interior nos edifícios é um dos factores básicos para o conforto e produtividade dos utilizadores. Os factores de risco que afectam a qualidade do ar interior são:
  • Os materiais usados na construção dos edifícios;
  • A deficiente renovação do ar nas instalações;
  • A má conservação dos sistemas de climatização; 
  • Os processos de fabrico com libertação de vapores, poeiras e metais;
  • Alguns produtos de limpeza;
  • Fumo do tabaco;
  • A humidade em níveis elevados.
No site da Agência Portuguesa do Ambiente encontramos toda a informação relativamente à qualidade do ar interior (QAI). 

O que é a Qualidade do Ar Interior?

Quais os efeitos de uma deficiente Qualidade do Ar Interior?

Enquadramento legal e competências da APA

Depois da realização de um estudo através de um questionário para identificação e caracterização sumária do número de salas de espera e de tratamento de cada ACES, adquiriu-se o equipamento necessário para a avaliação da qualidade do ar interior.
As medições vão ser feitas duas vezes no ano, no Inverno e no Verão e têm que obedecer a várias condições:
·         Ser efectuadas nos dias de maior afluência;
·         A colocação do equipamento deve ser feita de modo a minimizar o impacto nas actividades laborais;
·         Todas as medições devem ser feitas ao nível das vias respiratórias;
·         O equipamento deve ser colocado a:
i)  Uma altura de ± 1,5m acima do pavimento;
ii)  Pelo menos a 0,5m dos cantos e das janelas, das paredes, divisórias, e de outras superfícies verticais;
iii) Pelo menos a 1m de distância das fontes de contaminação (ex: fotocopiadoras, impressoras, etc.);
iv) A estratégia de medição deve ser elaborada de modo a avaliar as piores condições (por exemplo: como instantes de emissão máxima do equipamento – fotocopiadoras, etc., mínimo de ventilação).

·         O equipamento de medição não deve:
i)  Estar directamente em baixo ou em frente dos difusores de fornecimento de ar, ventoinhas, ou aquecedores, etc. ;
ii)  Obstruir nem interferir nas saídas dos ocupantes da área de estudo nas situações normais de emergência.

Participei em várias medições. Já conhecia o aparelho e já tinha trabalhado com ele na Unidade Curricular de Saúde Ambiental Institucional. Também tinha alguns apontamentos acerca do aparelho. Foi fácil realizar estas medições, no entanto há que ter cuidados redobrados com este equipamento, devido ao custo do mesmo. As medições são feitas nas horas de pico das salas, suscitando curiosidade por parte dos utentes, que por vezes se aproximam demasiado. Também se fazem nas salas de saúde infantil, o que torna a tarefa um pouco mais complicada de gerir devido à agitação das crianças.
O tempo de medição tem que ser representativo, então estipulou-se que as medições fossem de 2 horas nos espaços interiores, e 15 minutos de medição no exterior.
Os parâmetros a medir são:
  • Dióxido de carbono (CO2);
  • Monóxido de carbono (CO);
  • Temperatura;
  • Humidade Relativa;
  • Velocidade do Ar;
  • Compostos orgânicos voláteis (COV);
  • Partículas (PM10).

O Aces Seixal – Sesimbra elaborou um manual com as orientações para a Avaliação da Qualidade do Ar Interior. Este manual contém a metodologia que deverá ser adoptada, (caracterização dos pontos de medição, equipamento, parâmetros a medir, condições da medição e tempo e intervalos de medição), os resultados e respectivos registos e também a ficha que deve ser preenchida em todas as medições, para caracterizar a sala onde se faz a medição.
Neste estudo os pontos de medição são considerados as salas de espera e salas de tratamento dos estabelecimentos de saúde que funcionem, pelo menos, durante três ou mais dias, no período da manhã e da tarde.
A caracterização de cada ponto de medição é feita através do preenchimento de um documento, neste documento registam-se as características de organização e funcionamento e um desenho da sala.
Foi também realizado um questionário para aplicar aos funcionários, que se pode verificar em anexo no link seguinte: 

Após a análise dos dados e se necessário irão adoptar-se as medidas correctivas adequadas para melhorar as condições de trabalho dos funcionários e também dos utentes.
Estes estudos na minha opinião são bastante importantes para zelar pela saúde ocupacional nos serviços. Os trabalhadores estão muitas vezes sujeitos a ambientes de certa forma prejudiciais, como por exemplo as salas de tratamento onde se realizam os aerossóis, e nem sempre conseguem adoptar soluções adequadas. Também pode ser uma forma de saber se os sistemas de ventilação e climatização, quando existem, estão a funcionar correctamente, em termos de temperatura, velocidade do ar e humidade relativa.
Detectei que nem sempre é feito um arejamento dos locais, acção que deveria ser habitual e talvez solução para alguns problemas identificados.
Ainda não se podem tirar conclusões, o projecto está na fase inicial. Espera-se assim que os ambientes em que se denote necessidade sofram alterações e melhorias.

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